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Resenha: Lola e o Garoto da Casa ao Lado

21:17 Isabela Libório 0



   Depois de ler Anna e o Beijo Francês – veja a resenha aqui – e adorar, fiquei com muita vontade de ler outra obra da Stephanie Perkins e não me arrependi da decisão ao adquirir Lola e o Garoto da Casa ao Lado. Um livro super leve, fofo e apaixonante.


  Dolores – LolaNolan é uma personagem muito original e diferente de muitas que existem. Foi uma das mais criativas que já vi, pra falar a verdade, e acabou se tornando uma das minhas favoritas. Ela se recusa a sair de casa do mesmo jeito todos os dias e, por isso, não pensa duas vezes e abusa de perucas, acessórios e roupas coloridas – muitas vezes, produzidas com suas próprias mãos -.

  Adotada por um casal homossexual, Lola tem uma vida tranqüila e somente três pedidos: ir vestida como Maria Antonieta para o baile de inverno – o que mostra sua ousadia em arriscar nos figurinos -, que seus pais aprovem seu namorado - Max - alguns anos mais velho e componente de uma banda e, o terceiro deles: nunca mais dar de cara com os gêmeos Bell, seus ex-vizinhos.

  Apesar da implicância de seus pais diante do fato de que seu namorado pode ser uma má influência, Lola acredita que o que sente por ele é mais forte e não desiste de tentar convencê-los a aceitá-lo. Esse parecia ser seu maior desafio, até algo que temia há algum tempo acontecer: Calliope e Cricket Bell, os gêmeos, voltam a ser seus vizinhos.

  Ficamos curiosos para saber o motivo desse receio que a personagem principal tem pela presença dos dois, mas a resposta só é dada um pouco mais frente e eu não quero contar aqui, então fica mais um gostinho pra vocês lerem!

  Algo muito legal que a autora acrescentou na história foi a presença de Anna e mais um personagem do livro “Anna e o Beijo Francês” – prefiro não dizer qual é, pode acabar sendo um spoiler -, o que é muito divertido, porque ficamos sabendo o que aconteceu com Anna depois da obra em que ela é a principal. Ver todos juntos deu uma sensação gostosa, já que é normal sentir falta de alguns personagens após terminar o livro.

  Stephanie acaba tratando de alguns assuntos mais sérios durante a leitura, como o alcoolismo, uso de drogas e gosto de como ela escolhe falar do homossexualismo de modo sutil, apesar de não falar do preconceito. Esse acréscimo de assuntos fez com que eu valorizasse ainda mais o livro, porque mostra um pouco de como é o mundo à nossa volta e de como precisamos refletir sobre isso, mesmo que esse não seja o maior objetivo da autora ao escrever.


  Lola é uma garota bem impulsiva e não tem medo do que pensam sobre seu modo de se vestir, mas não deixa de ser sensível. Ela é encantadora e bastante original, não me lembro de ter ficado irritada com suas decisões ou seu modo de ser em momento algum. É claro que, algumas vezes, você quer dar aquele empurrão pra que ela faça a coisa certa logo, mas percebe que tudo acaba tendo seu tempo.

  Calliope e Cricket são bem diferentes quando se trata de personalidade. Calliope é uma garota egoísta e me irritou bastante por achar que o mundo gira em torno do seu umbigo, causando confusões por causa disso e atrapalhando a vida de Lola. Cricket parece ser um garoto detestável no início, já que não entendemos o motivo de Lola querer tanta distância, mas depois descobrimos o quão amável e atencioso ele é.

  Os pais da nossa querida personagem principal são ótimas pessoas. Protetores e companheiros, fazem o que podem para fazê-la feliz e a aceitam como é, se divertindo com seu gosto peculiar para o vestuário. Max é carinhoso, mas, em alguns momentos, parece um pouco frio – faz sentido? -. Ele faz parte de uma banda, então, muitas vezes, fica difícil encontrar Lola com freqüência. A autora faz algumas referências musicais nos momentos em que o garoto aparece, o que me agradou muito, já que as bandas citadas são de bom gosto.

“Amo ver Max no palco. Ele está tocando sua cover favorita do momento. A primeira vez que ele cantou “I Saw Her Standing There”* (Well, she was Just seventeen/You know what I mean)** com um olhar malicioso em minha direção, pensei que eu fosse ter um treco. Eu era uma dessas garotas. Garotas que tinham canções dedicadas a elas.”

  Eu não gostei muito da capa quando a vi pela primeira vez, porque, normalmente, não curto muito quando escolhem colocar fotos reais. Mas, depois, percebi que foi a escolha perfeita, já que a fotografia foi tirada especialmente para a história. E, então, me peguei olhando a capa diversas vezes durante a leitura para encontrar as semelhanças. As folhas são amareladas e a edição é muito bonita e bem editada. Vale a pena!

Achei legal colocar essa foto aqui, porque, depois de tirar, percebi que estava com um lembrete escrito na mão e, no livro, Lola comenta sobre Cricket também ter essa mania.

*"I Saw Her Standing There" é uma música dos Beatles (), muito boa, aliás!
**(Bem, ela só tinha dezessete anos/Você sabe o que quero dizer)

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